quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Chão de estrelas

Aí a vida surge pela porta
Dura e verdadeira
Como só ela pode ser
Pra lembrar que
Posso até viver com a cabeça nas nuvens
Mas alguma parte de mim
Continua plantada no chão

Aeroporto

Incapaz de produzir
De tirar da cabeça
Tanta coisa que vai pelo peirto
Doce angústia
De estar tão bem aqui dentro
Que é difícil sair
Embora seja tão bom mostrar
Soltar as rédeas
E deixar o destino cavalgar

terça-feira, 10 de novembro de 2009

20.10

Hoje não é mais dia 20
Hoje não é mais dia de nada
E de nada adianta
Eu lamentar
Vou celebrar
Com minhas escamas
Amarelas como o sol
Como o meu vestido
Que você teima em tirar
Assim que ponho
Vou sussurrar
Em sua orelha
Bem devagar
Um segredo morno
E azedinho
Como a ponta
Da sua língua

Duvidoso

Vejo ali o caminho
E ele me parece duvidoso
Está gostoso
Não posso negar
Mas é suspeito
E sinto em meu peito
Algo em descompasso
Com o que penso

E penso?
Já não sei
Discernir
Entre as letras
As notas e os senões
Do seu sim
Ou do seu não
Do senão
Que é tudo isso
Tão imenso
Quanto o mar
Tão intenso
Quanto amar

Basta querer

Silêncio
Quero ouvir meus pensamentos
Escutar os meus tormentos
Olhar para as sombras
E saber que elas não fazem barulho

Quero a calma
Da solidão
Quero o alento
Do perdão
Te quero longe
Por precaução
Te quero perto
E é ilusão
Querer pensar
Pensar querer
Que basta querer
E puf!
Passou

triângulo

não
sei onde
isso tudo
vai dar

não
sei como
as coisas vão acabar
não quero saber
vou apenas esperar

vou deixar o mar
me levar
o vento
soprar
a vida
viver